11/09/2013

Morte na Arena de Pedro Garcia Rosado



Opinião:
É o primeiro livro que leio do autor Pedro Garcia Rosado e não podia ter começado da melhor maneira,  pensei logo o que eu tenho andado a perder. Gosto imenso de um bom policial que me envolva do principio ao fim, e Morte na Arena foi daqueles livros que me encheram as medidas, devo dizer que o li em dois dias e não me apetecia largá-lo quando precisava de fazer alguma coisa.

Assim que iniciamos a leitura deste livro ficamos logo envolvidos, pois o cenário que nos é apresentado tem contornos macabros, aparecem quatro cadáveres num prédio devoluto e para piorar ao lado está um braço. Mas não fica por aqui, pois nos dias que se seguem outros membros do cadáver vão aparecendo espalhados pela cidade de Lisboa, a policia descobre que se trata do corpo de uma jovem, mas que crime hediondo é este? Temos assim montado o cenário perfeito para a duas investigações de homicídios que decorrerem durante esta narrativa.

Gabriel Ponte reformado, é um ex-inspector da Judiciária, que vem até Lisboa para jantar com o seu amigo Jorge Orta, quando se vê envolvido na investigação destes crimes, a sua ex-mulher Patrícia Ponte a inspectora-coordenadora da PJ é a responsável, mas eles não tem uma relação muito amigável.
Apesar de não se querer meter no caso, é mais forte do que Gabriel,  o bichinho da investigação está dentro dele,  e além disso pois mesmo que não queira ver-se envolvido,  acaba por descobrir que um dos cadáveres é de alguém que conhece.
Temos a jornalista Filomena Coutinho, com quem Gabriel teve um caso, que devido ao seu trabalho de repórter entra nas cenas dos crimes para fotografar e relatar a evolução da mesma, assim actualizado os seus leitores.
Gabriel e Filomena resolvem secretamente por sua conta e risco, introduzir-se no prédio devoluto onde apareceram os cadáveres e Gabriel vai descobrir nas profundezas do mesmo que algo se passa de muito estranho e da pior maneira, pois nos túneis existe uma arena onde lutam corpo a corpo e onde massacram homens e mulheres, quem estará por detrás deste cenário horripilante? Quem pode gostar deste género de lutas, iguais aos dos gladiadores romanos? Alguém encena espectáculos escondidos para um  público muito restrito e especial, só uma mente perversa pode estar por detrás disto tudo. Quem matou os quatros homens? Quem matou a jovem e porque?

Gostei de Gabriel Pontes apesar de ser um personagem que anda meio perdido, sem rumo,  no fundo não se percebe se quer levar uma vida calma e pacata ou se quer levar uma vida mais agitada.
O personagem Diabo fascinou-me, um andrajoso que nos marca, um ser humano misterioso, do qual gostava de saber mais sobre a sua pessoa, de quem se trata, consegue-se imaginar e visualizar a sua figura que me causou arrepios.
Toda a acção vai ter como cenário as profundezas da cidade de Lisboa, onde se vai desenrolar toda a trama desta narrativa que o autor tão bem soube aproveitar para recriar cenas que podem eventualmente chocar mentes mais susceptíveis, mas que eu apreciei e gostei da escrita directa, sem floreados, violenta nas descrições mas que os amantes de policiais como eu vão adorar.

Trata-se portanto de um livro cheio de ritmo e adrenalina, é viciante, com mistério, com cenários fabulosos que se enquadram na perfeição no enredo, muito bem escrito, com personagens credíveis, é arrebatador, com partes arrepiantes. Na minha modesta opinião é realmente um excelente thriller com todos os ingredientes certos,  quando começarem a ler não vão querer largar o livro como eu, lê-se num ápice. Muito, muito bom.

Vou quer ler os outros livros do autor em especial a  Morte com Vista Para o Mar.


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