06/06/2013

Mil Sóis Resplandecentes de Khaled Hosseini



Opinião:
Existem livros que simplesmente nos deixam a pensar neles durante horas e este é sem sombra de dúvida um deles, um grande livro, uma história que nos dá lições de vida, que tão depressa não vou esquecer.
Adoro ler sobre outras culturas, outros países, mas esta sem dúvida choca-me pela forma como os lideres tratam o povo e encaram as pessoas, infligindo-lhes maus tratos, castigos e punições, principalmente às mulheres. Elas não são nada aos olhos dos homens, ou seja são iguais ao chão que eles pisam, às pedras que eles chutam, é isso que são para eles.
Uma história que me comoveu sobre duas mulheres afegãs que são casadas com o mesmo homem, Mariam e Laila, com idades diferentes, mas que a vida encarregou de as juntar em Cabul, fustigada pela guerra, quando a jovem Laila perde os pais a única solução passa por casar com o marido de Mariam, além da idade que as separa também foram criadas de maneira diferente, logo os objectivos, a visão da vida são também diferentes para ambas, no inicio não se dão, mas depois as vicissitudes da vida faz com que se unam e se defendam conforme possam do marido, Rashid, um homem violento. Estas duas mulheres durante anos suportam maus tratos infligidos por este homem, o seu único objectivo é conseguirem sobreviverem diariamente. Também podemos acompanhar ao longo deste livro a história do Afeganistão e da guerra que o assolou.Trata-se de uma narrativa enternecedora, comovente que nos faz pensar e reflectir o quão bom é viver num país em que a mulher tem liberdade e é apreciada enquanto ser humano. O elo de ligação entre duas é único, a solidariedade, a amizade que as une faz com que sobrevivam a barbaridades inimagináveis, assim como tantas outras mulheres desse país, onde os únicos que são importantes são os homens,  existem as regras impostas pelos talibans às mulheres, desde o uso da burca, a não poderem sair à rua sozinhas, são pequenos exemplos.
Um verdadeiro hino à vida, ao amor, à amizade, um livro forte em emoções em que fiquei várias vezes com as lágrimas nos olhos pela revolta que sinto por esta cultura afegã, como é que é possível neste século as mulheres ainda serem tão mal tratadas.
Muito bem escrito, realismo bem patente, mas de leitura fluída, dou os parabéns ao autor que soube transcrever tão bem para o papel uma cultura como esta, de uma maneira muito acessível, que qualquer pessoa pode ler, recomendo sem dúvida alguma, maravilhoso, adorei.



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