14/10/2012

Uma Deusa Para o Rei, de Mari Pau Domínguez

Opinião:
Os romances históricos são um dos meus géneros literários preferidos, gosto imenso de ser transportada para aqueles tempos, para a corte dos Reis e das Rainhas, nos seus Palácios, conhecer os costumes e tradições da época, como viviam, comiam, trajavam e tudo o que fazia parte da sua vida.

Este livro conta-nos a história de Isabel de Osório de uma beleza ímpar, dama de companhia de uma da irmãs de Filipe II por quem ele se apaixona, sendo Isabel mais velha sete anos que o príncipe  tornou-se sua amante durante mais de 15 anos, era a sua deusa. Como é óbvio nunca casaram, viveram um romance ardente na clandestinidade, sempre com longas ausências do príncipe. Apesar de toda a Espanha o saber.

No fundo é uma história de amor trágica e comovente, que se inicia em Salamanca em 1543. Sendo Filipe II um homem apaixonado dava valor à música e à pintura temas bastante abordados neste livro.
O jovem príncipe com apenas 16 anos casou, como ditavam as regras e os interesses na altura com a prima, Maria Manuela de Portugal muito pouco atractiva, pela qual não sentia nenhum tipo de afeição.  A princesa engravida, mas quer o destino que após o quarto dia do nascimento do bebé, ela morre devido a febres.

Passado nove anos o príncipe tem que casar de novo, sempre servindo os interesses do País, e controlado pelo pai o Imperador Carlos V, que apesar de viver longe fazia questão de estar sempre informado sobre o que o filho fazia,  desta vez a escolhida é a Rainha de Inglaterra Mary Tudor filha do falecido Rei Henrique VIII,  já com trinta nove anos, tem a esperança de ainda ter um herdeiro, conhece Filipe II de um retrato e espera-o completamente eufórica pela sorte que tem de ir casar com alguém tão jovem e belo, já o príncipe não pode dizer o mesmo (tive que me rir nestas passagens caricatas, quem ler compreenderá). O seu único consolo era o retrato que ele sempre fez questão de ter consigo o da sua amada.

Enquanto isso nestes anos todos Isabel de Osório sofre por saber que nunca irá ter o príncipe para si, ela sabe que no coração serão sempre um do outro. Foi uma mulher que viveu na sombra dos monarcas, engravida duas vezes,  mas ao fim de dois meses é lhe retirado o bebé para ter uma educação igual à das outras crianças no palácio, claro que Filipe nunca assume a paternidade não o pode fazer, com o segundo filho tem oportunidade de ficar com ele até perfazer 15 anos, quando lhe foi retirado também.
Sempre com promessas que nunca poderá cumprir e por amor Filipe manda construir o palácio de Saldañuela para Isabel, na província de Burgos, que será testemunha silenciosa dos momentos mais felizes, dos seus encontros furtivos, mas também dos mais trágicos nas suas vidas.
O único consolo de Isabel é na música que D. Diego Pisador, um músico por quem veio a sentir afecto verdadeiro, compunha versos a pedido do príncipe dedicados à sua amada, Diego amava Isabel sabendo que não era correspondido no seu amor. Infelizmente tem um fim trágico.

Quanto a Filipe casou mais duas vezes. Isabel viveu em solidão completa nunca casou. Por amor, por opção, quem sabe o que lhe ia na alma.

Gostei muito desta história de amor, em que os dois personagens são completamente apaixonados um pelo outro,   apesar de ser triste era mesmo assim naquela época, no fundo não podiam ser felizes com quem gostariam e amavam, isso era-lhes vedado. E que achei que autora transcreveu tão bem para o papel tudo isso, a escrita é fluida  lê-se muito bem.

Foi o primeiro livro que li da autora, que na parte final justifica a pesquisa exaustiva que tentou fazer para se aproximar o mais possível há realidade desta narrativa.
Espero ler em breve o outro livro também publicado pela Presença. 
Fiquei fã, recomendo sem dúvida aos amantes de romances históricos. 

Poderá ver o livro aqui

1 comentários:

Paula disse...

Fiquei com a pulga atrás da orelha com esse livro. Parece-me muito bom!
Mas não se pode ler tudo não é?